Faça terapia!

Atendo pela abordagem psicanalítica, on-line (para o Brasil todo) e presencialmente em Araraquara-SP. Faço plantões psicológicos (atendimentos emergenciais e imediatos). Possuo parcerias com as funerárias Micelli, Almeida e Sinsef.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Você já parou para pensar no que é o medo?

O medo é um sentimento que nossa consciência gera a partir de um estímulo (objeto ou situação) que julgamos perigosas, por meio de experiências passadas ou situações desconhecidas. Todo mundo sente medo de alguma coisa, algumas pessoas só lidam consideravelmente melhor que outras; às vezes o mascaramos, outras vezes o enfrentamos e ainda somente o sentimos e seguimos.

Na minha abordagem, prefiro entender que o medo esteja ligado a uma causa mais profunda; entendo que nem sempre o medo de aranhas é pelo simples fato de alguém ser alérgico a elas. A nossa mente sempre nos esconde algumas verdades difíceis de suportar e é por isso que entrar em contato com o medo e com as situações que o causam mostra-se tão desconfortável e desafiador.

Entretanto, o ponto que quero propor para reflexão é o medo que temos da vida. Sempre pensamos que temos temor a morte e que a finitude é um problema, entretanto no meio do caminho da tomada de consciência e do fim dela, temos um espaço de tempo que só estamos e seguimos e do qual muitas vezes ficamos temerosos.

Temer a vida é pensar que ela não é algo bom; é utilizar a nossa pulsão de morte para aniquilar aquilo que nos motiva e empurra para frente, o que nos diz que tudo dará certo e nos força a construir o melhor. Temos medo do fracasso profissional, de não sermos bons filhos e de as intercorrências da vida nos engula, mas o que fazemos para não paralisarmos as nossas vidas.

Quando escolhemos não agir em determinada situação que causa medo temos que entender que a nossa consciência de tempo para, porém o tempo do mundo não nos acompanha. Nos parece que teremos outras oportunidades, mas nem sempre elas serão iguais ou tão empolgantes.

O caminho para sobreviver ao medo começa pelo se conhecer, entender as próprias dificuldades e quais os planos que podem ser traçados para lidarmos com as situações; segundo ponto, é entender quais as causas desse medo que seu inconsciente esconde: liberdade, controle, responsabilidade, ...; depois a cautela e não paralisação, entrar em contato com o que dá medo não é gostoso, mas fazer isso aos poucos e com um plano razoável é mais fácil; falar sobre, também cura.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

As memórias que trazemos e as que deixamos

Hoje eu senti um cheiro que me lembrou infância. Inúmeras vezes que eu acompanhava minha mãe ao centro da cidade, passávamos na casa de uma tia dela que era viúva e não tinha filhos; a casa tinha um cheiro característico e que eu não consigo colocar em palavras, e hoje eu senti esse mesmo cheiro passando na frente de uma casa. Em algumas dessas visitas para resolver “coisas de adultos”, nós éramos convidadas a entrar e tomar café da tarde; todas as coisas eram simples: o copo de requeijão, o achocolatado de qualidade duvidosa, um pão caseiro (não feito em casa) e manteiga, os mofos nas paredes e a mesa posta na tentativa de ser o mais agradável possível; eu me deliciava com aquilo, não me preocupava com o luxo ou com o que estávamos fazendo ali, eu somente curtia o momento. 

Como é interessante a capacidade de armazenamento do nosso cérebro, pequenos gestos, cheiros, sabores, um toque... como tudo isso cria uma sinapse e um caminho neural que guarda esses detalhes para que em um momento que tanto precisamos, nós consigamos acessá-los com um gatilho qualquer. Pensando nessas memórias e de como nosso cérebro funciona, eu gostaria de convidar vocês a refletirem comigo quais as lembranças que vocês têm de uma época que vocês não pensam tanto no dia-a-dia, aquilo que aconteceu de bom ou de ruim. O convite aqui não é reviver o passado, mas de acolhe-lo e entende-lo; como você vê esses momentos nos dias de hoje? Qual a afetividade que você tem por eles? Como eles te influenciaram na formação de quem você é? E além disso, quais as memórias que você está criando para você e para os que estão a sua volta e lhe são caros? O tempo que você está passando nesse planeta, é um tempo de qualidade para você?

Dentro do processo da psicoterapia questões feitas pelo psicólogo, a fim de conhecer melhor o paciente e de trazer à tona assuntos que ajudarão no entendimento dos sintomas e da queixa principal, perpassam por algumas dessas reflexões que trouxe aqui; as perguntas não são feitas todas de uma única vez, porque se vocês praticarem e estarem abertos a pensarem realmente sobre elas, perceberão que são densas, demandam certa energia mental, psicológica e emocional. Você pode encontrar resistência ao acessar algumas memórias e se sentir confuso nas que dizem respeito ao agora e ao seu plano de vida, mas elas nos fazem perceber qual o caminho queremos seguir e nos força a sairmos do modo automático em que vivemos.

quinta-feira, 16 de março de 2023

Vamos falar sobre prazer?

Mas não quero falar sobre o prazer carnal/biológico ativado através do sexo. Quero falar do prazer do bem-estar, muito prezado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e posto como um dos aspectos para ter uma saúde plena.

Aqui eu já imagino que talvez você esteja pensando que não tem saúde nem física como gostaria, imagina ter saúde acrescentando o quesito “bem-estar”. Pois bem, isso é um sinal de alerta e é por isso que estou aqui para fazer você refletir sobre o prazer e sobre o que você está fazendo para alcança-lo.

Esses dias um paciente me disse que ele havia conquistado tudo o que ele queria em um ano: uma companheira, um carro, uma estabilidade financeira, e de uma hora para outra perdeu tudo. E então, eu, com uma pontualidade muito boa e usando uma frase considerada clichê, o respondi: “pois é, e nem sempre quando temos tudo o que desejamos nos sentimos felizes”. Ele deprimiu após minhas palavras e não porque ele havia perdido tudo, mas porque ali ele percebeu que talvez não tivesse conquistado ainda tudo o que queria: ele vivia cansado por ter um trabalho fora dos horários comerciais, a companheira demandava uma energia e tempo maior do que o de costume e ele vivia em função dos horários dela e dos desejos dela.

O prazer te faz ver que coisas boas não precisam de um trabalho tão árduo para serem conquistadas. O bem-estar é aquela sensação de paz e equilíbrio quando você sente que teve uma boa noite de sono, que pode ir tomar uma cerveja com os amigos ou que pode chegar em casa e ficar pelo menos uma hora sem fazer nada.

O prazer está na sensação de sentir-se bem com você mesmo quando sente que fez o seu melhor, o seu máximo e o que julgava ser necessário naquela situação, mesmo que outra pessoa diga que não foi e tente fazer com que você alcance as expectativas dela.

Assim como o sexo, o prazer gerado em pequenas ações do dia a dia libera hormônios que estimulam as sinapses do nosso cérebro. Dopamina, oxitocina, serotonina e endorfina auxiliam os neurotransmissores que ajudam na prevenção e tratamento de doenças mentais, como a depressão e ansiedade, além de fornecerem mais disposição mental e física para os afazeres do cotidiano.

Eu sei que muitas vezes nos privamos de fazer coisas que nos dão prazer/bem-estar por estarmos atolados de trabalho ou por falta de dinheiro. Entretanto, uma hora a conta não vai fechar e o corpo vai pedir “pelo amor de Deus (ou no que você acredita), me dê uma coisa boa!” e então você vai entender que um abraço ou uma caminhada no parque fazem total diferença e não custam nada.

Se dê um tempo. Seja prioridade. Se dê prazer! Porque imagina o quão sem graça é uma vida sem prazer...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Se todo dia passa, um após o outro, por que comemoramos o ano novo?

A comemoração de um ano novo é um ritual mundial em que temos a concretização do fim de um ciclo e início de outro. Assim como ocorre em outros rituais, como Natal, Carnaval, Páscoa, festas de aniversários e até velórios.

Entretanto, nas festas de Réveillon, parece que a chavinha muda na nossa cabeça e colocamos um peso significativo e uma esperança exacerbada que um ano novo significa uma nova fase, uma nova oportunidade. Mas temos que aprender a enxergar novas oportunidades em nossas vidas a todo momento.

É difícil entendermos porque esperamos o ano virar para termos grandes realizações, sendo que, na maioria das vezes, agora nós temos as mesmas condições e recursos que teremos em um futuro tão próximo como o novo ano. Acreditamos em superstições (e tudo bem acreditar), mas não podemos viver na esperança desses “milagres”, pois a maioria das coisas que ocorrem nas nossas vidas não são 100% sorte, tem trabalho, dedicação, pesquisa e evolução pessoal por trás.

É mais fácil jogarmos a responsabilidade da nossa saúde, do nosso rendimento, da nossa vida como um todo, em situações externas, enquanto nós mesmos não buscamos fazer o que está no nosso alcance naquele momento. Vamos começar a assumir um pouco mais da responsabilidade das nossas vidas? Comece pela terapia!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Uma reflexão sobre "o que é a hora certa?"

Eu escolhi esperar pelo momento certo, pela hora certa. Eu escolhi viver numa ansiedade constante pensando quando eu estaria preparada para começar. E esse momento nunca chegava e depois de um tempo percebi que nunca chegaria. Eu me preocupava com o que pensariam, com a reprovação e a vergonha da família e de amigos. Percebi que o medo do novo me consumia mais e mais, que a escuridão, de não poder enxergar nada sobre o futuro me fazia recuar. E o ar saía do meu peito. O tormento dominava. Até que uma oportunidade surgiu e eu resolvi que eu iria abraça-la, mesmo não me sentindo capacitada o suficiente. E que bom que a abracei, portas e janelas se abriram e percebi que o preparo e a aprendizagem vêm com o caminho e com o fazer e ainda sim existirão coisas que eu nunca me sentirei preparada para fazer.

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#ansiedade #capacitada #evolução #preparada #autoajuda #autosabotagem

Você já parou para pensar no que é o medo?

O medo é um sentimento que nossa consciência gera a partir de um estímulo (objeto ou situação) que julgamos perigosas, por meio de experiênc...