O medo é um sentimento que nossa consciência gera a partir de um estímulo (objeto ou situação) que julgamos perigosas, por meio de experiências passadas ou situações desconhecidas. Todo mundo sente medo de alguma coisa, algumas pessoas só lidam consideravelmente melhor que outras; às vezes o mascaramos, outras vezes o enfrentamos e ainda somente o sentimos e seguimos.
Na minha abordagem, prefiro entender que o medo esteja
ligado a uma causa mais profunda; entendo que nem sempre o medo de aranhas é
pelo simples fato de alguém ser alérgico a elas. A nossa mente sempre nos
esconde algumas verdades difíceis de suportar e é por isso que entrar em
contato com o medo e com as situações que o causam mostra-se tão desconfortável
e desafiador.
Entretanto, o ponto que quero propor para reflexão é o medo
que temos da vida. Sempre pensamos que temos temor a morte e que a finitude é
um problema, entretanto no meio do caminho da tomada de consciência e do fim
dela, temos um espaço de tempo que só estamos e seguimos e do qual muitas vezes
ficamos temerosos.
Temer a vida é pensar que ela não é algo bom; é utilizar a
nossa pulsão de morte para aniquilar aquilo que nos motiva e empurra para
frente, o que nos diz que tudo dará certo e nos força a construir o melhor.
Temos medo do fracasso profissional, de não sermos bons filhos e de as
intercorrências da vida nos engula, mas o que fazemos para não paralisarmos as
nossas vidas.
Quando escolhemos não agir em determinada situação que causa
medo temos que entender que a nossa consciência de tempo para, porém o tempo do
mundo não nos acompanha. Nos parece que teremos outras oportunidades, mas nem
sempre elas serão iguais ou tão empolgantes.
O caminho para sobreviver ao medo começa pelo se conhecer,
entender as próprias dificuldades e quais os planos que podem ser traçados para
lidarmos com as situações; segundo ponto, é entender quais as causas desse medo
que seu inconsciente esconde: liberdade, controle, responsabilidade, ...;
depois a cautela e não paralisação, entrar em contato com o que dá medo não é
gostoso, mas fazer isso aos poucos e com um plano razoável é mais fácil; falar
sobre, também cura.
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