Mas não quero falar sobre o prazer carnal/biológico ativado através do sexo. Quero falar do prazer do bem-estar, muito prezado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e posto como um dos aspectos para ter uma saúde plena.
Aqui eu já imagino que talvez você
esteja pensando que não tem saúde nem física como gostaria, imagina ter saúde
acrescentando o quesito “bem-estar”. Pois bem, isso é um sinal de alerta e é por
isso que estou aqui para fazer você refletir sobre o prazer e sobre o que você
está fazendo para alcança-lo.
Esses dias um paciente me disse que
ele havia conquistado tudo o que ele queria em um ano: uma companheira, um
carro, uma estabilidade financeira, e de uma hora para outra perdeu tudo. E
então, eu, com uma pontualidade muito boa e usando uma frase considerada clichê,
o respondi: “pois é, e nem sempre quando temos tudo o que desejamos nos
sentimos felizes”. Ele deprimiu após minhas palavras e não porque ele havia
perdido tudo, mas porque ali ele percebeu que talvez não tivesse conquistado
ainda tudo o que queria: ele vivia cansado por ter um trabalho fora dos horários
comerciais, a companheira demandava uma energia e tempo maior do que o de
costume e ele vivia em função dos horários dela e dos desejos dela.
O prazer te faz ver que coisas boas
não precisam de um trabalho tão árduo para serem conquistadas. O bem-estar é
aquela sensação de paz e equilíbrio quando você sente que teve uma boa noite de
sono, que pode ir tomar uma cerveja com os amigos ou que pode chegar em casa e
ficar pelo menos uma hora sem fazer nada.
O prazer está na sensação de sentir-se
bem com você mesmo quando sente que fez o seu melhor, o seu máximo e o que
julgava ser necessário naquela situação, mesmo que outra pessoa diga que não
foi e tente fazer com que você alcance as expectativas dela.
Assim como o sexo, o prazer gerado em
pequenas ações do dia a dia libera hormônios que estimulam as sinapses do nosso
cérebro. Dopamina, oxitocina, serotonina e endorfina auxiliam os neurotransmissores
que ajudam na prevenção e tratamento de doenças mentais, como a depressão e
ansiedade, além de fornecerem mais disposição mental e física para os afazeres
do cotidiano.
Eu sei que muitas vezes nos privamos
de fazer coisas que nos dão prazer/bem-estar por estarmos atolados de trabalho
ou por falta de dinheiro. Entretanto, uma hora a conta não vai fechar e o corpo
vai pedir “pelo amor de Deus (ou no que você acredita), me dê uma coisa boa!” e
então você vai entender que um abraço ou uma caminhada no parque fazem total
diferença e não custam nada.
Se dê um tempo. Seja prioridade. Se
dê prazer! Porque imagina o quão sem graça é uma vida sem prazer...